FATHEL - FACULDADE THEOLÓGICA

quinta-feira, junho 16

SBB realiza seminário em Campo Grande - MS

A Sociedade Bíblica do Brasil - SBB, realizara nos dias 08 à 09 de julho o SEMINÁRIO DE CIÊNCIAS BÍBLICAS.
O objetivo é promover edições do Seminário de Ciências Bíblicas em diversas partes do país, com isso, disseminar o surgimento da Bíblia Sagrada, a transmissão de seu texto, a história da sua tradução e o seu uso na missão e na igreja local.
Dirigido a pastores, líderes cristãos, obreiros, professores de escola bíblica e seminaristas, o Seminário de Ciências Bíblicas é dividido em seis grandes painéis.

Programação
08 DE JULHO
19h30 às 22h30
Tema: A Bíblia: sua natureza, funções e finalidade.
Palestrante: Vilson Scholz
Tema: A Bíblia e a Educação
Palestrante: Altair Germano da Silva

09 DE JULHO
08h30 às 17h00
Tema: A prática da Leitura Bíblica
Palestrante: Eber Cocareli
Tema: A transmissão do texto bíblico
Palestrante: Elismar Vilvock
Tema: O Trabalho da SBB
Palestrante: Elismar Vilvock

Inscrição/Informações:
Sociedade Bíblica do Brasil  0800 727 8888 e
FATHEL - Faculdade Theológica (67) 3028-3131
local do evento:
SEBRAE - Av. Mato Grosso, 1661 - Centro - Campo Grande - Investimento: R$ 20 e R$ 10 (só para seminaristas)

terça-feira, junho 14

Como a mídia manipula – e contamina – a sociedade

sorria, você está sendo manipulado!
Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei”. Hebreus 13:5

Este post é baseado no comercial de um novo carro, que você verá a seguir, o qual estarei logo após comentando e advertindo você dos perigos que a mídia o expõe.

Agora a pergunta que não quer calar:

Por que esse comercial do lançamento da Renault é um exemplo de manipulação midiática?

Antes, um esclarecimento: eu nada tenho contra o carro, até compraria um se tivesse mânei, mas como sou mané nóis num have mânei, não dá… Então, minha crítica é contra o comercial em si e não o carro, pela forma como ele faz a propaganda embutindo sementes malignas em meio às atraentes formas automotoras. Logo, a culpa do delito é da agência de propaganda e de quem aprovou o filme.

Para não dizer que sou radical e xiita, eu assisti e não achei nada de mais no comercial do novo Corolla, protagonizado pelos atores Wagner Moura e Selton Mello. Foi bem bolado e sem afrontar os princípios da ética judaico-cristã, além de enaltecer a amizade e companheirismo. Claro, em minha humilde opinião. Agora, o carro em si, sobre as mudanças [pura e simplesmente estéticas] feitas… se fosse pra mudar, por que não fazer uma mudança decente?
Mas, vamos ao que interessa.
Sementes malignas no spot
1. Inveja da situação do próximo
A inveja é um sentimento destruidor, cujo efeito fica bem patente no vídeo, naquele momento da bola de fogo. A Bíblia diz que “a inveja apodrece os ossos” (Pv 14.30). Não cultive esse sentimento autodestrutivo que é a inveja, pelo contrário, viva com contentamento, como bem diz o verso que abre esta reflexão. Quem já foi vítima de inveja sabe que ela nada tem de bom para ser propagada como virtude, ainda mais com apelo consumista.
2. Cobiça pelo bem do próximo
A cobiça seria a irmã-gêmea da inveja, tão destrutiva quanto. Para fins didáticos, eu classifico a inveja como subjetiva (eu não tenho algo e invejo quem tem) e a cobiça como objetiva (eu cobiço algo de alguém). Nesse sentido, o comercial incentiva a cobiçar aquilo que os outros têm, como se fosse algo proveitoso e admirável, o que sabemos, na prática, que não é. Basta lembrar do mandamento divino de “não cobiçar a mulher do próximo”. Você se sentiria bem se soubesse que havia alguém à espreita cobiçando seu cônjuge?

3. Insatisfação com nossa atual situação
Observe que não estou querendo incentivar o comodismo, muito pelo contrário, eu considero o comodismo como algo a ser combatido. Mas, a insatisfação que o comercial passa não é desse tipo, e sim a de viver insatisfeito com aquilo que já temos. Sabe a que isso nos leva? A cometer injustiças. Será que aquele carro que o invejoso explodiu já não lhe serviu antes? Já não lhe levou a vários lugares e o transportou com segurança e conforto? E outra: de quem é a culpa de um carro ficar sem combustível? Do carro ou do dono?
Esse tipo de insatisfação nos leva a um crescente desejo de ter mais e mais, sufocando-nos em dívidas. Vou até me deter um pouco mais nisso, ilustrando com a frase de um terapeuta que atende uma colega de trabalho. Esse profissional comentou com ela que atende muitas pessoas, e ela foi a primeira a lhe dizer que estava satisfeita com o que ganhava. Aliás, bastante satisfeita. Detalhe: os que não estavam satisfeitos, muitos deles, ganhavam bem mais do que ela. Insatisfação gera ansiedade, e ansiedade gera gastrite, úlcera, depressão, desespero, câncer e até suicídio. Pense nisso.
 4. Falta de gratidão com os atuais bens
Complementando o parágrafo anterior, o spot lança a semente da ingratidão nos corações desavisados, que vai brotar e frutificar as injustiças descritas. Quando eu falo de ingratidão, eu me lembro de Balaão, que espancou sua jumenta porque ela estava se desviando do anjo no caminho. Um livro interessante chamado Nos desertos da vida faz uma interessante leitura desse fato, supondo que a injustiça e ingratidão de Balaão foram tão grandes que Deus abriu sua boca. Então, a jumenta lhe perguntou: Tenho eu o costume de fazer isso com você?
Será que nós não estamos, também, agindo como Balaão, espancando quem sempre nos serviu só por que, de um momento para outro, age de modo estranho? Às vezes, essas coisas servem para salvar nossa pele, mas por estarmos contaminados e cegos pela cobiça, tal como ocorreu com Balaão, agimos de modo agressivo e irracional. Olhando por esse prisma, quem era o irracional da história: a jumenta ou o bobalhão Balaão?
Consequências diretas (pessoais) da absorção dessas idéias
■Egoísmo: as pessoas vão ficando cada vez mais apegadas ao que é seu e perdendo a sensibilidade com o sofrimento alheio;

■Inveja: as pessoas vão se tornando mais e mais hipócritas, desejando o mal para seu próximo, ao perceberem que ele possui o que elas almejam;

■Murmuração: ao não conseguir o objeto de sua cobiça [e inveja], o resultado será, inevitavelmente o da murmuração (reclamação amarga);

■Endividamento: o endividamento é o passo natural seguinte à inveja, visto que as coisas que são cobiçadas são, geralmente, aquelas inúteis caras e visadas por ladrões, agravando o círculo vicioso.

Consequências indiretas (sociais) da absorção dessas idéias

■Endividamento familiar: oendividamento familiar assumiu proporções de atenção nacional, no qual as famílias brasileiras não estão sabendo lidar com isso, entrando de cabeça nessa armadilha e colocando a corda no pescoço, às vezes, literalmente.

■Isolamento social: as famílias endividadas ou reféns dos cartões de crédito da vida acabam por se isolarem e perderem o senso de comunidade, de vida comum, com reflexos nos filhos e podendo estender-se à vida adulta;

■Materialismo evidente: a inveja associada à cobiça transforma as pessoas em meras máquinas de consumo, e coisifica o ser humano, reduzindo-o a um simples objeto descartável após o uso. Ser protagonista disso pode até ser prazeroso, mas ser a vítima é muito doloroso.

■Esfriamento espiritual: embora isso seja mais aplicado à vida cristã, eu considero isso um grande prejuízo, visto que uma vida cristã fria pode ser considerada um veículo sem combustível (desculpe o trocadilho com o comercial ;o) e não leva ninguém a lugar algum.
O que fazer para não sucumbir a essa tentação
1. Contentar-se com o que tem. Não queira abraçar o mundo com as pernas nem colocar o chapéu onde sua mão não alcança (gosto de ditados populares que encerram grandes verdades). Viva sem luxo, mas deite sua cabeça no travesseiro sem preocupações. Eu posso lhe garantir, é muito (mas muito) melhor.

2. Não gaste mais do que você ganha. O segredo de viver bem não é, como pensam muitos, ganhar muito, mas sim saber gastar. E saber gastar ou gastar bem é gastar menos do que se ganha, poupar mais do que se quer e viver com menos do que deseja. Difícil? Sim, mas possível. Para quem acha impossível, recomendo pensar de novo.

3. Buscar entender a vontade de Deus. Muitas vezes, somos tentados a querer ter tudo o que nossos olhos veem, sem nos preocuparmos se poderemos honrar o compromisso e quanto isso vai nos custar não só em termos financeiros, mas também em olheiras e cabelos. Mas, e onde fica a vontade de Deus para nós? Ora, se ela é perfeita, boa e agradável, falta algo mais para sermos felizes e estarmos satisfeitos?
4. Desenvolver senso crítico. Isso é muito importante nos dias de hoje, quando somos bombardeados sem dó pelas agências de marketing, que querem nos convencer a qualquer custo a comprar o que não precisamos, por um preço que não podemos pagar, só para impressionar quem não nos dá a mínima (rá!). Pense bem antes de comprar, pois você não terá muito o que fazer depois que descobrir que não pode pagar.

sexta-feira, junho 10

Não Perca! O 2o. THEOlogando INTERNACIONAL


A Fonte Editorial em mais uma demostração de ousadia e preocupada em oferecer uma teologia de qualidade realizara um grande encontro de Teologia e Ciências da Religião em São Paulo, o evento acontecera de 14 a 16 de Setembro.

Já estão confirmadas as presenças internacionais de Andrés Torres Queiruga (Espanha), Clara Luz Ajo (Cuba) e J. Harold Ellens (Eua) além de diversos conferencistas do Brasil.

Em breve instruções para inscrição pessoal e de comunicações.

quarta-feira, junho 1

Por um cristianismo mais humano e menos institucional


Nos últimos anos, tivemos uma enxurrada de publicações das obras de Tolstói em português (1), a maioria das traduções feitas diretamente do russo.

Liev Tolstói (1828-1910) foi um grande romancista russo, internacionalmente conhecido pelos clássicos Guerra e Paz (Tolstói, 2007a) e Anna Karienina (Tolstói, 2009a). Foi rico, um filho da aristocracia, e casou-se com Sófia Sônia Andrêievna Bers (1844-1919), com quem permaneceu casado por 48 anos e teve 13 filhos. No final de sua vida, tornou-se pacifista e escreveu textos questionando a autoridade das igrejas, dos governos e a noção de propriedade privada – textos como O reino de Deus está em vós, de 1893, que acaba de receber esta nova edição (Tolstói, 2011a). Recentemente, também foi lançado o livro Os últimos dias de Tolstói (Tolstói, 2011b), que apresenta cartas, discursos e ensaios elaborados, entre 1882 e 1910, pelo célebre autor russo.

Tentamos ler novamente o livro O reino de Deus está em vós (ou O cristianismo apresentado não como uma doutrina mística mas como uma moral nova) (Tolstói, 2011a), desta vez sem levar em conta algumas ideias que consideramos refutáveis. Não temos a intenção de desqualificar a obra de Tolstói, muito menos deixar de reconhecer suas inegáveis e radicais contribuições. Sabemos que é recorrente o fato de muitos cristãos o classificarem como deísta e, a partir desta chave de leitura, desqualificarem tudo o que partiu de sua pena. O próprio Tolstói reconheceu isto no livro: “censuraram-me pela interpretação errada de uma ou outra passagem da Bíblia; porque não reconheço a Trindade, a Redenção e a imortalidade da alma” (p. 39).

Duvidamos da possibilidade, supostamente enunciada por Tolstói, do ser humano alcançar plenamente a Verdade ou assimilar o cristianismo de forma pura. Admitimos que sua obra está impregnada com a ideia de progresso, própria de sua época. São muitas as referências a um suposto “desenvolvimento” ou “progresso da consciência”, “progresso da humanidade” (2) – evidente no exemplo dos cavalos atrelados a uma carroça (cf. p. 323) – que, após o nazismo e outras experiências desastrosas dos séculos vinte e vinte e um, tornou-se insustentável. Mas em outros momentos da obra, Tolstói parece negar este “progresso”. E o fato desta obra ter despertado Mahatma Gandhi e diversos movimentos para o princípio da não-violência já é suficiente prova de sua relevância.