FATHEL - FACULDADE THEOLÓGICA

segunda-feira, agosto 24

Luteranos abrem ministério a gays e lésbicas em união

Luteranos abrem ministério a gays e lésbicas em união estávelALCMinneápolis, segunda-feira, 24 de agosto de 2009 (ALC) - Por 559 votos a favor e 451 contrários, a Assembléia Geral da Igreja Evangélica Luterana na América (Elca, a sigla em inglês) aprovou, na sexta-feira, 21, a abertura do ministério ordenado a pastores gays e pastoras lésbicas que vivam numa relação estável. A Elca tem 4,6 milhões de membros.
Antes da votação na Assembléia, reunida de 17 a 23 de agosto, os 1.045 delegados com direito a voto debateram o tema da sexualidade humana. Na quarta-feira, 19, adotaram declaração social sobre o tema como uma ferramenta educativa e um guia da política da igreja sobre a sexualidade humana. O tema do encontro versou sobre “A obra de Deus em nossas mãos”.
Mesmo antes do debate de tema tão controverso, a Assembléia aprovara, por 771 votos a 230, resolução que compromete a igreja a respeitas as diferenças de opinião sobre o assunto e honrar os "laços de consciências" de quem não está de acordo com o mesmo.
Durante as horas de discussão, conduzidas pelo bispo presidente da Elca, reverendo Mark S. Hanson, os delegados tiveram vários momentos de reflexão para orar como assembléia, outras vezes em pequenos grupos.
As discussões demonstraram que o tema da sexualidade deve ser debatido em profundidade. O pastor Richard Mahan, do Sínodo da Virgínia do Oeste e de Maryland, manifestou-se contra a abertura do ministério sacerdotal a gays e lésbicas, porque considera-a contrária aos ensinamentos bíblicos.
“Não posso compreender como a igreja que conheci por 40 anos pode apoiar aquilo que Deus condenou", defendeu. "Isso significa que a partir de agora se diz que nas Escrituras a homossexualidade e o casal de pessoas do mesmo sexo são aceitáveis por Deus", agregou.
Outros expressaram que a ampla aceitação de pessoas de orientação gay na igreja era consistente com a Bíblia. O bispo Gary Wollersheim, do Sínodo da Elca do Norte de Illinois, disse que este era um tema de justiça e de hospitalidade, representando aquilo que Jesus espera das pessoas. Wollersheim anunciou que foi fortemente influenciado pelo diálogo nos encontros de jovens realizados em seu Sínodo.
Alguns oradores argumentaram que a aprovação de tal medida afastaria membros da Elca e provocariam uma diminuição no número de fiéis. Allison Gutte, do Sínodo Metropolitano de Nova Iorque, frisou que viu congregação florescerem porque se comprometeram com esse tema ao reconhecerem os dons de pastores gays e pastoras lésbicas.


fonte:Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
Edição em português: Rua Ernesto Silva, - São Leopoldo - RS - Brasil

segunda-feira, agosto 17

Tolerância religiosa

É a pauta do dia
Por: Ieda Rodrigues

Em pleno século 21, em uma época que a liberdade de credo é um direito sacramentado em praticamente todo mundo e surgem seitas e mais seitas, ainda se deve colocar tolerância religiosa na pauta do dia para não haver risco de intolerância. Esta é a opinião do historiador norte-americano Stuart Schwartz, que veio a Bauru ontem para lançar dois livros – um deles exatamente sobre liberdade religiosa (e a falta dela) – e proferir a palestra sobre tolerância religiosa no mundo da intolerância, na Universidade do Sagrado Coração (USC). Considerado um dos maiores brasilianistas - historiador estrangeiro que se especializa em temas brasileiros -, Stuart, que é professor de história na Universidade Yale, nos Estados Unidos, está lançando oficialmente no Brasil o livro: “Cada uma na sua lei”, que põe em xeque as interpretações de que não havia questionamento pela liberdade religiosa na Espanha e Portugal e em suas colônias entre os séculos 16 ao 18, época da Inquisição. Stuart recebeu, no ano passado, o prestigiado Prêmio Internacional Cundill em História pelo livro. Na publicação, que no Brasil é uma co-edição da editora da Universidade do Sagrado Coração (USC) com a Editora Companhia das Letras, o historiador revela que havia sim pessoas que questionavam a Inquisição, sistema que procurava manter por meios brutais a manutenção da ortodoxia católica. “Encontrei relatos de pelo menos 300 pessoas na Espanha e Portugal que questionaram a Inquisição”, frisa. O curioso, conta, é que a maioria era pessoas do povo. Ou seja, a liberdade de credo não era um movimento político ou acadêmico. “Eram pessoas, muitas que haviam viajado para o Exterior, que expressavam suas opiniões de liberdade religiosa apesar da Inquisição”, frisa. Quem não aceitava “tratamento” oferecido pela Inquisição ficava sujeito a penas que ia de ser chicoteado a morto. A situação só mudou com Iluminismo, que questionou a dominação religiosa, e com a separação entre Estado e Igreja. Para garantir a liberdade de credo e igualmente o respeito pela religião escolhida é que Stuart afirma que o assunto precisa estar em discussão sempre. “E, para isso, o mais importante é que Estado e Igreja continuem separados, e sem ingerência um no outro”, frisa. Em Bauru, ontem, Stuart também lançou o livro: “O Brasil no Império Marítimo Português”, igualmente publicado pela Edusc. E recebeu o título Doutor Honoris Causa, outorgado pela chancelaria da USC.
Fonte: http://www.jcnet.com.br