FATHEL - FACULDADE THEOLÓGICA

quarta-feira, março 24

Matéria -


Pr. Ezequias
MUNDO CRISTÃO
Pastor diz que a crise no Seminário Batista aconteceu por má gestão
Por: Redação Creio

Após a divulgação da campanha na internet para angariar recursos para a recuperação do Seminário Batista do Sul, no Rio de Janeiro, que está atolado em dívidas e corre o risco de fechamento, o pastor Ezequias Amâncio escreveu um artigo em que afirma amar a instituição, mas não vai pagar a conta.
No texto, o pastor, ex-funcionário do Seminário, diz que a campanha Eu Amo o Seminário Batista do Sul é ingênua e infantil . "Não serão as parcas doações de crentes sinceros que salvarão do fechamento", diz. Segundo ele o seminário chegou ao fundo do poço devido às más administrações. Ezequias sugere ainda que a direção feche todos os cursos neste primeiro semestre e venda parte do terreno para pagar as despesas. Leia a carta na integra.

Entenda o caso: No vermelho, Seminário Batista faz campanha para não fechar às portas

EU AMO O SEMINÁRIO DO SUL! MAS, NÃO VOU PAGAR A CONTA!
Ezequias Amâncio
"para que o Senhor teu Deus nos ensine o caminho por onde havemos de andar e aquilo que havemos de fazer.". (Jeremias 42.3)O Seminário do Sul faz parte da minha história de vida e de família. Entrei nos seus portões pela primeira vez em fins de 1992 para prestar vestibular e inicio de 1993 para estudos contínuos até o término do meu bacharelato em 1996 e inicio do meu mestrado (inacabado) em 1997. Conheci minha esposa, Débora no STBSB e me casei para morar 1 ano e meio nas dependências do inesquecível 30! Ah! fui morador também, enquanto solteiro do famigerado 19! Anos de muita amizade, conhecimento e preparação para um ministério que iniciei ainda no segundo ano de estudos (1994) ao assumir o pastorado aqui da Igreja Batista Central em Japuiba, em Angra dos Reis, RJ.Dizer que o meu amor aquela instituição é digitação de palavras saudosas e algumas vezes até mesmo repetidamente emocionais! Mas, o que propõe ao escrever esse artigo é um alerta em relação ao atual momento que passa o "seminário do sul" e uma resposta à provocação de alguns alunos, apoiados pela atual direção em chamar atenção da denominação para uma campanha ao meu ver sincera, mas ingênea de salvar o seminário de dívidas astronômicas com ofertas de igrejas e pastores e repasses de verbas de organizações auxiliares da Convenção Batista Brasileira.Digo e repito que a campanha "eu amo o seminário do sul" (http://www.euamooseminariodosul.blogspot.com/) é ingênua e infantil por que certamente não serão as parcas doações de crentes sinceros que saldarão as dividas e nem tão pouco elas serão suficientes para tornar "economicamente viável" uma instituição centenária, mas que amealhou ao longo dos anos erros de gestão, apadrinhamentos denominacionais e que hoje convive em uma encruzilhada em ser uma "casa de profetas" ou uma "casa de profissionais da religião".O seminário do sul começou os novo milênio no desejo de se tornar "faculdade", uma referência no ensino de uma teologia presa aos rigores de um MEC cada vez mais neo-marxista e liberal em sua proposta de ver os vários ramos da boa reflexão bíblica. Professores sem o "pedigree" acadêmico foram demitidos e em seu lugar temos homens e mulheres afinados ao dicurso do "teologicamente correto", que bebem nas fontes de autores que pensam a teologia a partir de seus pressupostos histórico-crítico-sociais.Como resultado desse "avanço", o seminário ainda teve de amargar uma dolorosa e incômoda herança de seu passado, onde suas contas eram aprovadas apenas com a postura, infelizmente comum no meio batista de "tapar o sol com a peneira" e esconder déficits e tentar maquiar superávits. Na realidade, o que se sabe sobre tudo isso está no campo da especulação, e não vou me ater a dados específicos pois não os tenho em mãos e, o meu propósito nesse artigo é chamar a atenção para meus leitores de que, esse é um tempo de arrependimento em meios batistas!Não adianta amados seminaristas e lideranças do CADS (centro acadêmico do Seminário do Sul) apelar para os pastores ex-alunos do STBSB ou para a direção da CBB algum tipo de ajuda! Os recursos para salvar o seminário não podem ser resultados de desvios de outras instituições, e eu tremo só de pensar na possibilidade, espero que seja irreal de remanejamentos de ofertas missionárias, mas sim de esforços frios para revitalizar o espaço teológico de nossa denominação. Por isso, que eu proponho: 01) Que o STBSB feche seus cursos esse primeiro semestre para um balanço real da crise.02) Que o Conselho da CBB avalie a possibilidade real (sem emocionalismos bairristas) de vender outra parte de sua propriedade para pagamentos de funcionários e outros débitos.03) Que os alunos de bacharelato sejam remanejados para seminários de suas regiões de origem, e que o Conselho da CBB elabora uma grade comum para formação de pastores e sugira o cumprimento de uma porcentagem dessa grade para fins de ordenação (em acordo com a Ordem dos Pastores).04) Que o STBSB reabra para cursos de pós graduação e atualização pastoral, com uma estrutura mais enxuta e hábil para esse fim. No inicio contanto com professores locais (identificados com o pensamento batista convervadoramente bíblico sem preocupações do MEC).05) Que o Conselho da CBB entenda que formação teológica não pode ficar atrelada a instituições denominacionais que sugam recursos e que são administradas há anos apenas como órgãos do sistema, e não formadoras de pensamento bíblico.Precisamos parar a fim de entendermos que a organização criada por Jesus para abalar o mundo não foram seminários, e sim IGREJAS. E, elas precisam ser ouvidas, valorizadas desde o inicio dessas questãos e não apenas agora quando são chamadas para "ajudar a pagar a conta" de débitos do passado!Termino com uma história que ao meu ver tem tudo a ver com o nosso STBSB: Certa vez um homem olhava da frente de sua casa enquanto uma tempestadade passava pelo belíssimo jardim. Embora não houvesse ventos fortes, sua árvore predileta caiu com um estrondo inesperado. Depois da chuva, ele foi até o olcal para ver por que havia caido. Para sua surpresa, o tronco estava corrompido no centro. Então, lembrou-se de como, quando garoto, havia irresponsavelmente desferido um golpe na árvore com um machado. O tronco depois se recuperou, mas não antes da infiltração de uma pequena quantidade de água que desencadeou um processo de deteriozação que chegou ao centro da árvore e caiu sua queda.Me parece claro a aplicação: não foi a tempestade (crise mundial, dívidas de administrações passadas, débitos sérissimos com professores e funcionários, descréditos de pastores e igrejas da CBB) que derrobou o STBSB, foi sim aquela "pequena infiltração", algo que já havia há um bom tempo e ao meu ver, começou quando o seminário (sua direção) desejou ser como as outras faculdades do mundo (leia-se regulamentação do curso no MEC) deixando de depender apenas do Senhor e dos seus métodos de ensino.

quarta-feira, março 17

sugestão

Gente Cansada de Igreja


Não sinto vontade de ir à igreja! Muitas pessoas me decepcionaram. Estou dando um tempo! O que leva tanta gente a desistir do convívio em uma comunidade cristã? Por que sempre encontramos alguém que deixou de ir à igreja por alguma decepção que sofreu? Em Gente cansada de igreja o autor nos mostra os caminhos para sair do desanimo e superar os fatores que contribuem para o cansaço e nos levando a entender a importância e o prazer de viver em comunidade.

terça-feira, março 16

Artigo

Vinho novo, odres novos
por Ed René Kivitz

Não sem motivo, a crítica às igrejas chamadas tradicionais cresce a cada dia. Por igrejas tradicionais me refiro àquelas vítimas do tradicionalismo (aqui sempre fizemos as coisas desse jeito!), legalismo (aqui as boas doutrinas e o bom comportamento valem mais do que as boas pessoas, até porque, exceto nós, não existem boas pessoas!) e do formalismo (silêncio, você está na casa do Senhor!). A resposta que se dá a esse cenário é múltipla. Há os que abandonam a vida comunitária e passam a caminhar sozinhos, de roda em roda e de bar em bar, chamando de igreja qualquer reunião de chopp entre dois ou três cristãos, ou tentando cultivar a piedade na virtualidade por meio de mp3, podcasts, cultos online e afins. Há também os que escolhem formar grupos informais, que se reúnem regularmente, por exemplo, no cyber-espaço, nas lanchonetes, pátios de universidades, auditórios alugados para fins de semana e, principalmente, nas casas dos cristãos, que funcionam como mini-auditórios para enc ontros informais ao redor da mesa.
A maioria dessas pessoas, ou teve uma experiência negativa com as igrejas chamadas tradicionais ou dela foram banidas contra a sua vontade e, por esta razão, buscaram novos jeitos de ser igreja. Poucas fizeram uma opção deliberada de rompimento justificado pela busca de uma espiritualidade mais autêntica e mais profunda. O fato é que, independentemente das razões pelas quais se reúnem fora dos horizontes institucionais tradicionais, há algo que precisa ser sublinhado: a maioria dessas pessoas é vítima de uma mentalidade religiosa nociva e obsoleta. Do lado de fora das igrejas tradicionais existe um contingente imenso de pessoas que, com a mesma intensidade com que busca a Deus, rejeita a incoerência, a hipocrisia e os desmandos das estruturas de poder eclesiástico.
Por outro lado, há também uma característica comum a esses grupos informais: a maioria acredita que o fato de estarem fora das igrejas chamadas tradicionais implica a natural participação e experiência do que Jesus chamou de “odres novos”. Não devemos confundir odres novos com novas formas de igreja. O odre novo capaz de conter o vinho novo do evangelho é a nova mentalidade, gerada pela experiência da graça de Deus, e não uma nova instituição ou nova forma de organização de pessoas. Qualquer forma e sistema que se pretenda oferecer para conter o vinho novo do Evangelho da graça será um odre velho, pois o vinho novo está derramado sobre todos os que foram feitos livres pelo sopro do Espírito de Deus, que sopra onde quer. O vinho novo, portanto, está presente em, e por meio de, todos os que nasceram da água e do Espírito, e se manifesta em todo lugar, todo tempo, por meio de tudo o que fazem, qualquer que seja a instituição, estrutura eclesiástica ou forma organizacional em que estejam.
Ouço muita gente dizer que os “odres novos” são equivalentes a estruturas organizacionais mais leves, ágeis, flexíveis, não engessadas e assim por diante. Mas a questão é que qualquer estrutura é odre velho, pois o Evangelho não visa a gerar novas instituições, mas pessoas novas. O “odre novo”, meu irmão, minha irmã, é você, sua cabeça e seu coração. O que passa disso é ilusão e destruição, pois, de fato, “ninguém põe vinho novo em odre velho; se o fizer, o odre rebentará, o vinho se derramará e odre se estragará. Ao contrário, põe-se vinho novo em odre novo; e ambos se conservam”.